Engenheiros clínicos em hospitais são fundamentais para melhoria da saúde no Brasil, diz Zacharias Calil

Deputado firma parceria com Crea para que hospitais busquem engenheiros clínicos

2 de março de 2019 às 10:02

Já imaginou construir um hospital inteiro e, pouco antes de inaugurá-lo, descobrir que metade dos equipamentos não cabe dentro da estrutura? Para resolver esse problema, será necessário gastar muito mais dinheiro e tempo. Numa tentativa de diminuir esse tipo de situação e melhorar o atendimento à saúde da população brasileira é que se faz fundamental a participação do profissional de Engenharia Clínica em todo o processo a partir do projeto de cada hospital.

De acordo com o cirurgião-pediátrico e deputado federal por Goiás, Dr. Zacharias Calil (DEM), a recomendação de integrar um engenheiro elétrico ao corpo de funcionários de unidades de saúde existe desde 2010, mas ainda é pouco acatada.

“O profissional de Engenharia Clínica é o responsável pelo recebimento, manutenção, correção, testes de aceitação dos equipamentos, e treinamento dos funcionários. É um profissional que tem que estar na linha de frente desde o início da obra, porque ele é responsável pelo planejamento, a definição, execução das políticas e programas de toda a gestão da tecnologia na saúde, como gerenciamento de risco, melhoria da qualidade, atendimento à demanda de pacientes, otimização da produtividade de todos os funcionários. Então, com isso você diminui o custo hospitalar e ainda ficará mais eficiente”, afirma.

Segundo Zacharias Calil, alguns hospitais têm estruturas antigas e que não comportam equipamentos mais novos e sofisticados, o que dificulta o atendimento de qualidade ao paciente. “Hoje, por exemplo, se você for ao Materno Infantil e colocar um equipamento de tomografia computadorizada, a estrutura não comporta, porque na hora que você liga o aparelho cai a energia do hospital. Quando você tem um aparelho grande, chega um determinado horário que sobrecarrega tanto o sistema que a energia cai na sala de cirurgia. Isso não pode acontecer”, ressalta.

Ainda conforme o deputado federal, existe grande demanda para esse tipo de profissional na saúde brasileira, que conta com aproximadamente sete mil instituições. “É um campo que está aberto, a demanda é grande, nós temos que valorizar esses profissionais para que possamos trabalhar em conjunto, ter uma saúde de qualidade e com mais eficácia e segurança”.

Reunião com o Crea

O médico deputado se reuniu nesta semana com o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Francisco Almeida, ocasião em que discutiram a relevância da engenharia para o desenvolvimento da medicina e nos cuidados com o meio ambiente. Da reunião surgiu uma parceria, que vai desaguar na apresentação de projeto de lei visando à exigência para que hospitais adotem a presença dos serviços de engenharia clínica em seu corpo profissional.  

“Outra coisa de suma importância é o gerenciamento de resíduos sólidos da instituição. O engenheiro clínico tem que programar o descarte de materiais, baterias, lâmpadas, partes de peças usadas e até os equipamentos desativados ou outro material técnico que fica ali abandonado no hospital”, conclui.

 

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